segunda-feira, 17 de dezembro de 2018


Nova operação policial em Milagres


A câmera da lanchonete Milk Shake, bem ao lado, registraria tudo. As imagens seriam apagadas, por ordem de policiais militares, ao amanhecer do dia, de acordo com uma fonte ouvida pela reportagem. E assim foi feito no mercantil Burundanga e nas farmácias Santa Cecília e Coelho. Horas depois, os discos dos computadores seriam recolhidos pela Polícia Civil, que tinha ficado de fora da operação. Todo "delete" deixa rastros. Os de gente eram as poças de sangue e restos de massa encefálica no chão. Um dos adolescentes, Vinícius ou Gustavo, sofreu um tiro na cabeça que levantou parte do crânio.
Bandidos na mira
Longe das principais câmeras, mas ainda no quadrante do centro que tem os lados divididos com a Prefeitura de frente para o Bradesco e o Banco do Brasil, de frente para as farmácias, outros dois assaltantes encontram a morte. Um sobe a calçada da Prefeitura e tomba entre dois canteiros de plantas. A Polícia, melhor posicionada no centro da via pública, ainda alcança outro. Um dos tiros, também de grosso calibre, percorre meia quadra, arranca um pedaço do poste de sinalização e percorre o tronco do pé de acácia na calçada de uma casa. O bandido cai sentado e assim fica até ser recolhido, como foram todos os corpos.
Mesmo que tivesse aparecido na cidade dias antes para conhecer as vias de acesso e fuga, o bando se viu cercado. Monitorando os assaltantes havia dias, a Polícia já estava posicionada por trás da Prefeitura e em ruas paralelas, de modo que chegasse toda de um mesmo lado.
Pela tangente
Durante o tiroteio, um dos assaltantes, Robson José dos Santos, armado de pistola e fuzil, consegue escapar por uma rua lateral, até se esconder na casa de Dona 'Dinda', àquela altura acordada como tantos.
Ao menos dois conseguiram fugir na Ford Ranger pertencente ao refém Cícero Tenório. Saíram reto pela rua lateral do Bradesco. Viraram à esquerda, em seguida à direita, por trás da Igreja de Nossa Senhora dos Milagres. Foram tão reto que arrombaram um portão que dá para uma várzea, num terreno ocupado por gado. Era preciso escolher um dos lados, e ao virar à direita são surpreendidos com lama numa estrada que não existe. O veículo atola no barreiro e é o jeito fugir a pé. Desaparecem no matagal, mas não por muito tempo, até visitar casas pela manhã.

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