segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Um presidente virtual: as estratégias de Bolsonaro no pós-eleição
%uFFFCJair Bolsonaro (PSL) participou de culto na Igreja Batista Atitude, no Rio de Janeiro Fernando Frazão/ABRTrês dias após derrotar Fernando Haddad (PT) na corrida ao Planalto, o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciava no Twitter: "Comunico que o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes será indicado para o Ministério da Ciência e Tecnologia".  No dia seguinte, na mesma plataforma, informou que iria transferir a "embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém" e, menos de 24 horas depois, desautorizou "informações prestadas junto à mídia por qualquer grupo intitulado 'equipe de Bolsonaro' especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência". Principal estratégia do candidato para vencer a eleição mais acirrada desde a redemocratização, a conversa direta, sem filtros nem intermediários, tinha continuidade.  Agora, Bolsonaro limitava o acesso de veículos tradicionais de imprensa a coletivas, priorizando as redes sociais, exatamente como havia feito durante toda a campanha, durante parte da qual teve menos de dez segundos no tempo de televisão e rádio."Parte do eleitorado votou nele por ser um nome antissistema, e isso se reflete na comunicação, mas é inevitável que haja conflito com o Congresso", projeta o pesquisador. Para ele, o presidente eleito terá dificuldades caso superestime a fala nas redes e deixe de lado a interlocução com o Legislativo.   "Sem diálogo, não há coalização", acrescenta Monte. "E isso exige compartilhamento de poder e de cargos. Ele não pode chamar o PP para ser aliado se não dividir espaços de poder. É assim que funciona."  Segundo o analista, todavia, é possível que o próprio sistema passe por um rearranjo, já que, "pela primeira vez, um presidente foi eleito justamente por criticar esse modelo" (presidencialismo de coalização).

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