Um mês após estupro no Cepis, inquérito é concluído
Vestida de rosa, com uma princesa da
Disney a lhe estampar a blusa, a menina de 11 anos enxuga as lágrimas, cabisbaixa.
Ao lado, a mãe repete o mesmo gesto. A criança fala sobre a vida que mudou de
um mês para cá e como queria o que tinha de volta. "Tem sido difícil. Eu
só queria que tudo voltasse ao normal",.
No momento do estupro, a menina encomendava com o
suspeito do crime uma caixinha de artesanato para entregar à professora, pelo
Dia dos Professores. As duas irmãs mais novas fizeram o mesmo, minutos antes,
na presença do pai, que saiu com as duas filhas. A mãe, como é recomendado pelo
código dos presos - para evitar que um detento "se engrace" para
esposa de outro -, estava na cela aguardando os quatro que haviam saído há
poucos instantes. "Ela chegou muito assustada, me disse que
não queria mais voltar pra ver o pai ali. Eu perguntei o porquê. Foi quando ela
me contou", relembra a mãe. A menina conseguiu se livrar do homem com
arranhões e beliscões. Ao relatar o ocorrido aos agentes, a mulher ainda conta
que foi até a delegacia na mesma viatura do suspeito ? ela e a filha no banco
de trás, e ele no camburão.
"Víamos ele pelas câmeras, ele
batia com a cabeça na porta. Ela se abraçava em mim e chorava". A mulher voltou
ao presídio outras duas vezes. Em uma delas, afirma ter sido coagida a assinar
uma declaração que isentaria os agentes caso ela sofresse alguma violência. As
filhas não voltaram ao Cepis. "E nem voltarão, nem mesmo agora que vai ser
em um ginásio (o sistema de visitas das crianças está passando
por mudanças). Ele (o
marido) pediu pra não levá-las. Elas não querem ir também. Mas elas sentem
falta do pai. Eu só queria mesmo que o estuprador pagasse por essa maldade. Só
queria Justiça".
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