Desrespeito ou Arte? Estátua de “Jesus sem-teto” é inaugurada no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro, terra do Cristo Redentor, passará a ter uma escultura de “Jesus sem-teto”. A imagem de um homem deitado em um banco de praça com um cobertor fino sobre o corpo foi criada pelo artista canadense Timothy Schmalz. Apenas os pés perfurados da figura de bronze dão a “dica” que se trata de uma representação do Filho de Deus.    A primeira peça do tipo foi inaugurada em Toronto, Canadá, em 2013, onde gerou muita controvérsia. Schmalz diz que ela deveria servir como uma reflexão. “Se Jesus estivesse andando pelas nossas ruas hoje”, disse Schmalz, “acho que ele gostaria mesmo de ser representado como um dos mais marginalizados. Isso é o que ele disse no Evangelho”.   Existem várias delas espalhadas em cidades do Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Israel. Nas cidades de Davidson, Austin e Indianopolis (EUA), elas foram colocadas em frente a igrejas evangélicas, mostrando que a arte vence barreiras.     A partir do dia 18 de novembro a estátua ficará na praça em frente à Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro. Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro trata-se de um presente do artista e sua vinda foi intermediada pela Embaixada do Brasil junto à Santa Sé. A escolha da data de inauguração é para coincidir como “o Dia Mundial dos Pobres”.   “Sem dúvida, a escultura nos faz olhar quem vive nas ruas de nossa cidade como irmãos e irmãs… que nós vejamos Cristo na figura do pobre que vive nas ruas, que tanto sofre no mundo. Devemos perceber que nossa felicidade só será plena se o outro também for feliz. A imagem de Jesus sem-teto revela aquele que se fez pobre, sofreu e deu sua vida para salvação de todos”, frisou o padre Cláudio Santos, da Catedral de São Sebastião ao G1.

No dia 18, a Catedral oferecerá café da manhã, banho, corte de cabelo, ajuda em processos de emissão de documentos, evangelização, missa e almoço aos presentes em situação de rua. Após a missa, o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta vai inaugurar a escultura oficialmente.